domingo, 23 de agosto de 2009

CAminhos das ìndias: análise crítica

A novela”Caminhos das Índias” é exibida pela rede Globo de televisão, de segunda a sábado, ás 21 horas, destinada á todo o público brasileiro (homens, mulheres, crianças, de todas as idades). Seu enredo compara a tradição da cultura indiana com a cultura brasileira, sendo discutidos os costumes envolvendo conceitos dominantes entre as castas e entre os papéis sociais.
Nesta novela há a trama principal, que era o amor proibido entre um Dalit (casta inferior, “a poeira”, extremamente humilhada e discriminada representada por Bahuam- Macio Garcia) e uma Bramani (casta superior- representada por Maia -Juliana Paes), que foi substituída (de acordo com a preferência popular) pelo amor construído num casamento negociado entre as próprias castas, casal representado pela mesma Maia e por ( Rodrigo), porém com a sombra de uma mentira que pode atrapalhar a felicidade do casal, já que o filho do casal é na verdade filho do dalit, transmitindo a mensagem subliminar de que é melhor o sofrimento da mentira do que as consequências da verdade, o que ilustra a distorção de valores. È interessante observar que esses personagens são veiculados como padrão de beleza, o que estimula o comércio, afinal virou moda as bijuterias indianas, assim como, as propagandas desse horário procuram vender produtos diversos, desde comidas á carros e celulares, tudo ligado ás ‘necessidades” e hábitos “essenciais” criados na vida moderna.
Entre as tramas secundárias foi destaque nessas semanas a separação do casal Norminha e Abel devido a descoberta da traição da mulher, que mesmo assim se mostra apaixonada pelo marido, transmitindo a idéia de que o “amor não está na fidelidade” e que “Abel era muito mais feliz quando vivia indiferente ás traições da mulher”. Esse fato demonstra a inversão de valores, transformando a “vilã” em “vítima”, indicando a mensagem de que a culpa da traição é da pessoa traída..., reforçado pela caracterização dos personagens que ressalta a passividade pejorativa do guarda e a sensualidade da mulher, caracterização esta que se eu fosse diretora eu mudaria.
Essa novela oferece espaço para campanhas sociais e/ou combate ao preconceito procurando esclarecer temas relevantes. Assim, a temática esquizofrenia é refletida no drama de Tarso, que não recebe o tratamento adequado porque sua mãe Melissa, não aceita a doença.Em suma, a novela renova a velha fórmula novelística impondo novos estereótipos e reforçando modelos consoantes ao interesse televisivo

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