domingo, 27 de abril de 2008

O pensamento e a aprendizagem significativa....

Para começar gostaria de discutir um pouco sobre o que considero aprendizagem e a sua relação entre o pensamento.

O pensamento e a aprendizagem significativa
Por Fabiana Vigo

O pensamento e a aprendizagem são temáticas importantes quando analisamos a educação. Podemos considerar a aprendizagem como tomada de conhecimento de algo, retendo na memória, como conseqüência de estudo, observação, experiência, etc. Enquanto o pensamento é fruto da reflexão que ocorre num processo mental. (Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)
Se nos atermos ao contexto educacional e escolar, encontramos a aprendizagem significativa, central numa perspectiva construtivista, que significa a mudança de pensamentos, de conhecimento de modo significativo para o aprendiz. As aprendizagens que os alunos realizam na escola serão significativas à medida que conseguirem estabelecer relações substantivas e não-arbitrárias entre os conteúdos escolares e os conhecimentos previamente construídos por eles, num processo de articulação de novos significados.
Cabe ao educador, por meio da intervenção pedagógica promover a realização de aprendizagens com maior grau de significado possível, uma vez que esta nunca é absoluta-sempre é possível estabelecer alguma relação entre o que se pretende conhecer e as possibilidades de observação, reflexão e informação que o sujeito já possui (conhecimentos prévios)
A aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia: diante do problema posto, o aluno precisa elaborar hipóteses e experimenta-las. Fatores e processos afetivos, motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. Este aspecto também pode ser observado na educação indígena, nas palavras do professor indígena Célio Nakit Arara (2008): “”a gente aprendeu através do pai e dos colegas... participando junto, praticando sempre. Então a gente sempre ia junto com os colegas que sabiam fazer artesanato pra aprender... pratiquei assim: vendo os outros fazer e fazendo também né” (pág 254)
É fácil perceber que o método utilizado pelos indígenas é a imitação, porém podemos observar também que a aprendizagem é significativa, pois tem sentido, tem um motivo e principalmente, há motivação e afeto, já que a aprendizagem ocorre dentro da família com pais ensinando filhos.
Ao contrário a escola deixou de ser interessante para muitos alunos por tratar de temas distantes das realidades, sem nenhuma ligação. O movimento atual é de tornar a escola um lugar de construção de conhecimento e não apenas de transmissão de informações.
Neste sentido, professores e alunos tem inaugurado uma nova relação pautada principalmente no respeito e no diálogo. De acordo com Nilson Santos (2008) “a educação fundada no diálogo nos “humaniza” e “humaniza” o mundo, pois torna consciente o que é significativo à individualização.recobra ao homem o papel de designar significados às coisas, destrói a relação mecânica entre sujeito e objeto, onde o objeto é iluminado e dito pelo sujeito. Esta educação restitui a todos a possibilidade de instaurar o significado das coisas, recombinando o mundo com a condição singular e social que nos envolve”. (Pág. 243).
Sendo assim, a aprendizagem é condicionada, de um lado, pelas possibilidades do aluno, que englobam tanto os níveis de organização do pensamento como os conhecimentos e experiência prévias, e, de outro, pela interação com os outros agentes e outros alunos.

Referência Bibliográfica

ARARA, Célio Nakit. Entrevista transcrita por Nilson Santos. Apostila da Disciplina Teorias da Educação do curso de Artes Visuais. UNB: 2008

DICIONÁRIO da Língua Portuguesa Aurélio Buarque de Holanda. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.

SANTOS, Nilson. O diálogo e a educação. Apostila da Disciplina Teorias da Educação do curso de Artes Visuais. UNB: 2008