sexta-feira, 1 de abril de 2011

A evolução da escrita manual para a escrita virtual...


Da escrita manual para a escrita digital – O que muda? (texto escrita para o curso PROINFO- em 30/01/2011)


Acredito que houve uma grande evolução se consideramos a escrita manual e a escrita digital, isso fica clara quando pensamos na questão dos livros em rolo, os quais exigiam muita habilidade e tempo para ler. Percebo, ainda que podemos apontar vantagens e algumas desvantagens em relação a evolução da escrita manual para a digital, já que alguns aspectos são características de cada uma das escritas. Na escrita manual percebo que o uso da memória está ligada a exercícios de repetição, buscando sempre a perfeição, enquanto que na escrita digital a correção é imediata, e há a possibilidade da INTERLIGAÇÂO com diversos textos (HIPERTEXTO) o que facilita a compreensão e a própria coerência da escrita. Em contrapartida perdemos no quesito qualidade da escrita, afinal de contas a linguagem digital, no acesso de rede sociais e da comunicação rápida e sucinta passou a usar e abusar das abreviaturas e das gírias, o que produz uma nova tendência de comunicação, que a meu ver deve ser discutida.

Fabiana Vigo

sábado, 26 de março de 2011

Trajetória educacional: Como me formei professora.


Para começar a relatar sobre a minha trajetória escolar e como esta influenciou a minha carreira docente, gostaria de destacar alguns pontos marcantes em minha alfabetização. Contra minha vontade, fui matriculada no SESI de minha cidade e com 6 anos já frequentava a primeira série, com a professora Zélia, no ano de 1987.
Lembro-me como se fosse ontem, da rotina diária de silabação desse primeiro ano na escola, usando o “baralhinho” de alfabetização, material que acompanhava a Cartilha Caminho Suave. Repetimos durante o ano letivo todas as letras do alfabeto e sua palavra de referência (Abelha A, Elefante- E... ).
A experiência do ensino tradicional foi presente durante as séries iniciais, até que, na 4ª série, conheci a professora Esmeri, que iniciou um trabalho de redação a partir da proposta de Hermínio Sargentim (acho que era esse o nome), onde em cada semana podíamos escrever textos de diferentes gêneros e usando diferentes estratégias. Lembro-me como gostava dessa atividade e de escrever. Foi nessa série que fiz meu primeiro trabalho em grupo, fizemos uma maquete do sistema solar e cada grupo explorava um planeta. Meu grupo ficou com o gigante Júpiter. Foi nesse ano que fiz também a experiência de plantar feijão e de observar o crescimento de alguns vegetais. Acho que a experiência foi tão positiva que influenciou a minha opção pela série para lecionar, já que desde que entrei no magistério, há 9 anos, leciono para as terceiras ou quartas séries. Foi nesta mesma escola que conclui o Ensino Fundamental, com êxito.
Como faltavam opções para o Ensino Médio em minha cidade, considerando principalmente a situação econômica de minha família, fui influenciada a cursar o CEFAM (Centro Especifico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério), já que nele todos os estudantes ganhariam uma bolsa para se dedicar aos estudos que eram realizados em tempo integral. Assim, durante o primeiro ano, estudei as disciplinas básicas do Ensino Médio e nos três anos seguintes, as específicas do magistério. Lembro-me de ter ficado chocada no primeiro dia de estágio, onde vi alunos no final da quarta série sem estar alfabetizado. Chorei muito nesse dia e me lembro de ouvir a afirmação de que poderia escrever uma história diferente. Acho que acreditei nessas palavras, porque, hoje, percebo-me desenvolvendo uma docência que respeita o ritmo e estimula todos os alunos, sou insistente em relação ao domínio da nossa língua.
Dando sequência, concluí o CEFAM e ingressei no curso de Pedagogia da UFSCar. O ano era 1999, começava o processo que exige o Ensino Superior para a docência nas séries iniciais, já que a LDB (9394/96) havia sido publicada pouco tempo atrás. Foi na faculdade que tive uma formação acadêmica e reflexiva. Desde o primeiro ano, tive bolsa extensão para realizar um trabalho de estímulo à leitura na Biblioteca Comunitária da Universidade. Foi um projeto que me manteve em contato com as crianças e que me mostrou a importância da leitura. Aliás, percebo que, desde então, a bandeira da leitura faz parte de minha rotina... Leio diariamente para os meus alunos, mostrando a beleza e a magia presente nos livros.
Na universidade, fiz parte de dois grupos de pesquisas acadêmicas de iniciação científica. Um deles estudou “A contribuição Pedagógica nos Sermões de Padre Vieira” e o outro referiu-se à “A Interiorização do Ensino Superior no Estado de São Paulo”, ambos da área de Fundamentos da Educação. Essa experiência com a pesquisa me proporcionou uma vivência com a seriedade desse universo científico. Porém, infelizmente percebo que estes temas não contribuíram diretamente para minha prática docente.
Quando estava no último semestre, preparando-me para me candidatar ao mestrado, fiquei grávida e acabei mudando os meus planos. Prestei concurso na prefeitura de Guaíra- SP e ingressei como professora do Ensino Fundamental. Confesso que o primeiro ano foi HORRÍVEL!. Era titular de uma sala com 40 alunos, dos quais, seis não estavam alfabetizados. Fiquei de licença gestante por 4 meses, não sabia como ensinar divisão com dois algarismos no divisor, e não tinha apoio da coordenação. Na verdade, percebo que a presença da Coordenação e da Direção Educacional na escola não ajudaram em nada, pelo contrário, por terem uma postura liberal, pecaram pela falta de orientação. Foi um ano muito difícil. Porém, no ano seguinte, mudei de escola e tudo mudou, conheci o prazer de ensinar e pude aprender muito. Vi que alguns aprendizados só acontecem na prática, no dia a dia da sala de aula, e comecei a me tornar uma professora! Lembro-me de cada aluno, dos olhinhos brilhantes e maravilhados pelo conhecimento, do apoio e amizade dos pais, entre outras.
No ano seguinte, comecei a lecionar em Barretos e, desde então, continuo na mesma escola, completando 9 anos de “casa”! E, em Barretos, vivenciei a política de investimento na formação continuada. Fiz especialização em Educação especial, em Gestão Educacional, em Alfabetização, em Matemática das séries iniciais, em Leitura... Compreendi, incluisive retomando os estudos, como o professor polivalente tem que dominar diferentes conteúdos e diversificar seu repertório... descobri também que a maioria dos professores não está preocupada com a sua aprendizagem e a melhoria no desempenho docente... a grande preocupação é com a “pontuação e com a classificação” de todo ano letivo. Até que me matriculei na especialização, na modalidade EAD, da Universidade Federal Fluminense, e pude entrar em contato com essa modalidade de ensino.
A modalidade de Educação a Distância permite uma interação diferente, todas as discussões ficam registradas, sem contar a autonomia e a disciplina que os alunos devem possuir para desenvolver seu estudo. Enfim, essa modalidade me apresentou o trabalho da tutoria, uma nova forma de ação docente, que ainda representa um desafio. Sendo assim, como requisito de conclusão da especialização construí minha monografia com o tema “A dimensão sócio-afetiva no trabalho tutorial” e pude perceber que como na docência, a tutoria pressupõe algumas competências ou saberes para atuação. Meu pré-projeto de metrado quer realizar essa investigação.