domingo, 23 de agosto de 2009

Governo televisivo (resenha crítica do filme "o quarto poder" e do documentário "Para Além do cidadão Kane"

O filme “O quarto poder” do diretor Costa-Gravas é uma ficção cinematográfica com “toque” de realidade, afinal de contas a televisão possui o grande poder de manipular o pensamento e a consciência dos telespectadores, sendo o quarto poder.

A televisão em sua constituição foi definida como meio de comunicação que objetivava a transmissão de informação e o entretenimento, porém logo se transformou num meio de “controle” e “manutenção dos interesses particulares e capitalista”.

Sendo assim, podemos ver no filme que os personagens principais possuem uma relação de interesses, o repórter (Dustim Hoffman) querendo retomar a sua fama com exclusividade e o seqüestrador (John Travolta) tentando diminuir sua condenação pela besteira impensável. Assim, observamos no decorrer da história a criação da imagem de “vítima” por ser o seqüestrador um desempregado. Essa transformação do seqüestrador de vilão para vítima deve ser considerada como grande exemplo de manipulação televisiva, que foi planejada através do treinamento do “discurso correto”, da expressão desolada, das entrevistas editadas, das roupas adequadas...

Essa manipulação pode ser comprovada através de exemplos reais, como apresentado no documentário “Para além do cidadão Kane”, já que a rede Globo para conseguir a sua primazia televisiva e manter-se como a “formadora nata” de opinião, sempre fez alianças com políticos. Assim apoiou a ditadura militar, divulgando apenas a versão dos dominantes, e pior, foi capaz de manipular um debate político o que influenciou diretamente na eleição que elegeu o presidente Fernando Collor...

Neste sentido, é como se no Brasil imperasse a “ditadura/governo televisivo global”, como se cada cidadão fosse alfabetizado na língua “globes”... afinal de contas até hoje esse documentário é judicialmente proibido..., como acontece com o horário de jogos do campeonato brasileiro, já que o que “vale é a vontade do saudoso Roberto Marinho e seguidores”.

È importante destacar que o poder televisivo muitas vezes é utilizado para “boas ações”, porém sempre de acordo com interesses pessoais e numa forma de justificar utilidade social.

Em suma, devemos lutar por uma postura reflexiva e crítica frente a televisão brasileira, sendo telespectadores ativos, que assistem os programas e não são dominados pela “linguagem manipuladora”, não conjugam “hábito global”.

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