O programa “A grande família” é exibido semanalmente pela Rede Globo sendo destinado ao público noturno, tendo como o enredo as cômicas confusões do cotidiano. Usando temáticas diversificadas trabalha valores como ética e honestidade, e crítica permanentemente o “jeitinho brasileiro” inclusive no serviço público.
Assim, encontramos no elenco fixo Lineu, o patriarca honestíssimo, Augostinho, seu genro malandro e”enrolador”, Nenê a dona de casa feliz e protetora, a amiga Marilda, a mulher independente e bonita na busca do verdadeiro amor, os filhos Bebeu e Tuco o eterno adolescente desempregado e agregados.. Os episódios são desenvolvidos a partir do conflito inicial entre os personagens, o que leva a grandes discussões geralmente durante as refeições, situação reforçada pela trilha sonora consoante com a encrenca descrita, mas no final tudo se resolve com a verdade e suas consequências, o que ocasionalmente gera nova discussão.
Todos esses personagens são caracterizados baseados em caricaturas engraçadas, como as “camisas bregas” do Augostinho, ou o penteado arcaico de Beiçola, porém não percebo o reforço de estereótipos preconceituosos sobre a mulher burra e gostosa, o negro empregado ou bandido, o homossexual afeminado. Porém, em contra-partida a simples falta dessas diferenças pode ser compreendido como uma postura de negação da diversidade brasileira.
Durante a exibição do programa é perceptível o aumento de comerciais destinados à casa, principalmente no que se refere aos gêneros alimentícios, bem como, há merchanding durante alguns episódios, o que demonstra estratégia de propaganda, já esse é um dos maiores índices de audiência e difusor de modelos.Em suma, considero esse um programa de qualidade que supera as velhas fórmulas de humor: o apelo á sensualidade feminino, as piadas preconceituosas, e personagens estereotipados, e ainda contribui para a “reflexão” sobre nossa postura frente a honestidade e a verdade
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