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Resolvi realizar a minha performance, a partir de uma postura de diferenciação do olhar, rompendo com minha visão cartesiana do caminho que percorro semanalmente até o pólo.
Assim, escolhi o período do sábado de manhã, por volta das 8hs, quando o trânsito de minha cidade ainda está bem calma, e de posse de uma máquina fotográfica fui de dentro do carro registrando, quase minuto a minuto o meu percurso, e assim criando um “outro caminho”, cheio de possibilidades e inúmeras curiosidades.
Fiz minha performance de dentro do carro, a partir do ponto de apoio do volante. O fato de estar com uma máquina na mão e andando a baixa velocidade (performance) chamou atenção de muitas pessoas que aparentemente ficavam instigadas, não pude saber exatamente pois estava envolvida com a dinâmica.
Consegui cerca de 40 fotos, que ilustram uma perspectiva nunca antes percebida, ângulos novos, pontos e formas diferentes... Acho que porque sempre atentos ao trânsito nunca paramos para observar o nosso caminho, o íntimo presente nos detalhes, nas pequenas coisas.
Depois de transferir as imagens no computador e devido ao fato de no ambiente não agüentar o arquivo completo fiz uma compilação colocando 123 fotos que foram significativas para mim, e que demonstram um pouco disso.
Após a realização desta atividade pudemos refletir um pouco no encontro presencial, onde discutimos com nossos colegas e analisamos as possibilidades. Percebo que esta atividade é significativa, pois me permite experimentar novos olhares e novas formas de enxergar o mundo que nos rodeias, exercitando a poesia artística, a beleza poética que está em nosso cotidiano e que muitas vezes se torna invisível devido a correria do dia- a-dia.
Consigo perceber que a criação artística não precisa estar ligada as regras de movimentos, precisa ser sentida, ser vivida, ser experimentada... para então ser compreendida. E ao final dessa atividade posso afirmar quando é prazeroso criar, observar, se diferenciar... é um processo algumas vezes tortuoso e profundo, mas a liberdade da criação de enche de vigor..., entretanto ao final dessa caminhada busco a compreensão, como disse Schwitters: “Esta é minha herança para o mundo, e não me aborreço que ele ainda não me possa compreender”. (Fabiana Macchi: Schwitters, o dadaísta que era Merz. Acesso em 21 abr.2010)
Um comentário:
Com certeza muitas pessoas também participaram da sua performace sem saber...
Neste mundo corrido, marcado por horas do relógio, é fundamental "novos olhares" para nosso cotidiano.Chega da mesmice!
Ver é diferente de olhar...
Se você se divertiu, já valeu a pena!
Angela
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